


Idade Média e Renascimento
A arte do Ocidente medieval foi a expressão de um sistema coerente de valores e de uma visão cristã da vida. Seu objetivo era indicar as realidades espirituais subjacentes ao mundo material e para isso os artistas da época utilizaram amplamente o simbolismo e a alegoria. Foi criado um sistema sofisticado de símbolos em que, por exemplo, o cordeiro representava Cristo. Num período em que muitas pessoas não sabiam ler, essas ricas e variadas representações visuais, repletas de temas e alusões bíblicos, serviam como a Bíblia dos incultos. No final da Idade Média a religião tornou-se mais pessoal e individual, e a arte sacra exprimiu essa mudança de rumo. O Cristo sofredor substituiu o juiz severo. Seu coração traspassado e sangrento tornou-se com maior freqüência um motivo inspirador dos artistas religiosos.Ao lado dos temas da amizade e do triunfo, surgiu assim um terceiro motivo na arte cristã: a dor e o sofrimento. O alemão Matthias Grünewald pintou em 1515-1516 uma lancinante cena da crucificação para o altar-mor de Isenheim, refletindo a profunda devoção mística do movimento conhecido como “Devoção Moderna”. É interessante que, no século anterior, até mesmo uma cena da ressurreição transmitia uma sensação de dor. Num quadro pintado por Piero Della Francesca por volta de 1462-1464, Cristo ressuscita com sua bandeira de vitória, os soldados dormem a seus pés, as árvores florescem ao fundo, simbolizando a renovação do mundo, mas os olhos tristes e fixos do Senhor refletem toda a memória da dor da crucificação. Os artistas da Renascença criaram uma profusão de primorosas obras de arte relacionadas com Cristo que até hoje encantam e enlevam as pessoas.
Fonte:Alderi Souza Matos
Instituto Presbiteriano Mackenzie
Postado por HRubiales
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