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VERDADES E MITOS

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18 de abr. de 2008

DOUTRINA ESPIRITA E O CRISTIANISMO

Doutrina espírita e cristianismo
Os espiritistas (em Portugal) ou espíritas (no Brasil), na sua maioria, afirmam-se cristãos e atribuem à Doutrina Espírita o carácter de uma doutrina cristã. Entretanto, essa associação entre espiritismo (doutrina espírita) e o cristianismo é contestada pelas religiões de matriz judaico-cristãs, sob a alegação de que, embora partilhe valores cristãos, por rejeitar determinadas ideias bíblicas e teológicas, isso não a torna "cristã".
Fundamentam em defesa do carácter cristão da Doutrina Espírita no facto de Allan Kardec, em seus diálogos com os espíritos, ter concluído que a moral cristã, isenta dos dogmas de fé a ela associados, seria o que de mais próximo a um código de ética divino e racional o homem possuí. Em O Livro dos Espíritos, na resposta à pergunta 625 de Kardec, os "espíritos" interrogados por ele afirmam que Jesus Cristo é o maior exemplo moral de que dispõe a humanidade. (O Livro dos Espíritos, pág. 298). Num estudo sobre a natureza de Cristo, Kardec nega que Jesus Cristo seja Deus. (Obras Póstumas, 13.ª Edição, pág. 121). Segundo o espiritismo, Jesus seria o guia e modelo para toda a humanidade, e a sua doutrina seria a expressão mais pura da lei de Deus.
Deste modo, a principal diferença entre os cristãos tradicionais (aqueles que seguem os dogmas de Igrejas) e os espíritas está no fato dos espíritas não considerarem Jesus como o Deus, mas sim como um espírito de luz, extremamente evoluido, cuja encarnação teve o objetivo de trazer lições de moral à humanidade. Da mesma forma que Jesus, existem muitos outros espíritos evoluídos que se preocupam com o desenvolvimento humano, sendo que os espíritas acreditam que nós mesmos podemos evoluir, através de sucessivas encarnações, nos tornando no futuro tão evoluídos como o próprio Cristo. .
A Prof.ª Dora Incontri, pós-doutorada pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, defende o caráter cristão da doutrina espírita, apontando na proposta estruturada por Allan Kardec um novo modelo de religião, alheio a dogmas, fórmulas, hierarquias sacerdotais e baseado eminentemente no aspecto ético-moral do sujeito. Considera ainda Rousseau e Pestalozzi como os dois grandes percursores da idéia de uma "religiosidade natural", predominantemente moral, e defende que "evidenciou-se com a publicação de O Evangelho segundo o Espiritismo e de O Céu e o Inferno que, embora não o confessasse, ele [Kardec] estava fazendo uma nova leitura do Cristianismo". (Pedagogia Espírita: um projeto brasileiro e suas raízes histórico-filosóficas, São Paulo, Feusp, 2001, pág. 74)
Um estudioso da religiosidade brasileira mais céptico, o Prof. António Flávio Pierucci, do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo, procura demonstrar que o espiritismo (doutrina espírita) não é uma religião cristã. Este afirma que os espíritas utilizam o cristianismo para se legitimarem. Pierucci defende também que o vínculo com a Igreja Católica defendido pelos espíritas serviu, durante décadas, para lutar contra a discriminação e a intolerância. (O Desencantamento do Mundo – Todos os Passos do Conceito, São Paulo, Editora 34, 2003). Esta interpretação entretanto carece de fundamentação histórica já que o espiritismo nunca criou vínculo com a Igreja Católica.

Fonte:pt.wikipedia.org

Formatação e pesquisa:HRubiales



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